No rock
n’ roll, os power trios (bandas
de apenas três integrantes) são conhecidos por serem heroicos. Os canadenses do
Rush - Geddy Lee no baixo, teclado e vocais; Alex Lifeson na guitarra e o
baterista Neil Peart (ele gosta de ler muito, por isso muitas composições são
suas) – são conhecidos por suas refinadas monstruosas habilidades instrumentais
e suas composições complexas; é difícil acreditar que suas canções sejam
tocadas por somente três caras. Escute “Tom Sawyer”, uma das mais famosas do
trio, e entenderão. Por aqui, uma banda, apesar de ter passado por diversas
formações, sendo até um quinteto, é mais conhecida por ser um trio, são os
Engenheiros do Hawaii. A clássica formação contava com Humberto Gessinger no
baixo, Augusto Licks na guitarra e Carlos Maltz na bateria. Essa formação
lançou discos icônicos como A Revolta dos
Dândis (1987) e O Papa é Pop (1990).
Segundo próprias palavras de Gessinger, em entrevista ao programa Zoombido, de
Paulinho Moska, a limitação técnica dos integrantes da banda era um barato.
Concordo. Os caras derrubaram possíveis barreiras impostas, evoluíram com
discos temáticos e influências do rock progressivo. Isso é tão impressionante
quanto os experimentalismos de Geddy Lee e companhia.
Entre o virtuosismo do Rush e a
limitação técnica (aparente) dos Engenheiros do Hawaii, está o fato deles
comporem músicas incríveis com “tão pouco” – alcançaram o sucesso e se tornaram
referências em seus respectivos meios.
Em certos momentos, não podemos esperar
as condições ideais aparecerem para podermos fazer um projeto com o qual
sonhamos (escrever um livro, viajar ou até mesmo formar uma banda). Ás vezes,
temos de ser como um power trio; se
virar fazendo com o mínimo, de gente (apoio) e equipamento (oportunidades),
vagando entre as fronteiras do improvável e do audacioso. Não tem quem segure o
baixo? Vai em frente, e assuma-o. As críticas e pressões o colocam pra baixo?
Tente continuar com o que está fazendo, e quebre paradigmas. Se não for assim,
nada acontecerá, e nem será.
Entre um ponto e outro, rola muita
coisa. Muitas pessoas totalmente absortas em chegar até lá, se esquecem de
aproveitar o trajeto.
Sempre acreditei que música e poesia têm
muito a conversar. Para fechar, deixo um poema, de Mario Quintana, que é
lindíssimo e adoro. Abraços, e até a próxima!
Das
Utopias
Se as
coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Nota: texto, de minha autoria, publicado também em http://showcarioca.com.br/index.php/entre-estrelas-e-os-power-trio/
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Nota: texto, de minha autoria, publicado também em http://showcarioca.com.br/index.php/entre-estrelas-e-os-power-trio/
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